Antes, dizem os Wapixana, só havia dia e uma grande
árvore, ‘tamoromu’. Todo alimento estava lá, não precisava
plantar era só colher. Só que a árvore era bastante alta e havia muita
quantidade e diversidade de alimentos nesta árvore: mandioca, amendoim, banana,
milho, arroz, abóbora, cará, feijão, inhame, melancia, tudo na mesma grande
árvore. No entanto, para alcançar os
alimentos era necessário subir nesta, atividade que era muito penoso. Então,
dois irmãos resolveram cortar tamoromu, ‘a grande
árvore’, para facilitar a colheita
dos alimentos, assim como, retirar as suas sementes. A
árvore tombou, como resultado, o céu também despencou, o que era dia,
tornou-se noite. Onde caiu
mandioca, milho, abóbora... virou roça,
‘zakap’;
onde caiu
folhas e galhos virou floresta, ‘kanuku’; e onde não
caiu nada virou campo, ‘baaraz’92.
Este mito consta na memória coletiva dos Wapixana e
povos adjacentes, como os Makuxi. O próprio monte Roraima é considerado como o
tronco desta grande árvore que foi derrubada.
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