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terça-feira, 16 de abril de 2013

A´dak Pantono A Origem do Timbó (Lenda Indígena Taurepang)

Uma vez há muito tempos atrás, um casal de indios Taurepangs tiveram um filho muito lindo. o menino era forte e saudavél, mas ao entardecer ele chorava muito e isso acontecia todos os dias. A mãe tentava consola-lo de todas as formas, mas o menino não parava de chorar, e a mãe para lhe fazer medo disse: - Se você continuar chorando, eu vou te deixar lá fora para Raposa te levar. E eis que a Raposa estava realmente lá escutando tudo. Então a mãer deixou o menino do lado de fora, entrou e fechou a porta da casa. Passou certo tempo, a mãe lembrou-se do menino, e foi buscá-lo, mas não o encontrou. O pai e mãe procuraram muito e não o encontraram de jeito nenhum, ficaram tristes e choraram muito de saudadades do filho. A raposa, de fato levou, o menino embora consigo.



A raposa teve o menino como filho, e o menino também aceitou a raposa como mãe, viviam juntos desde então. Ela cuidava bem dele, levava comida e ía com ele petiscar frutos silvestres. Um dia a raposa resolveu deixar o menino escondido e saiu para procurar comida um pouco mais longe. Por lá a raposa demorou e o menino saiu do esconderijo.


Quando o menino saiu do esconderijo, apareceu uma anta, que ao vê-lo sozinho perguntou: -Oque está fazendop por aqui sozinho? O menino respondeu: -Estou esperando minha mãe. A anta pergunta novamente. Quem é tua mãe? -A raposa, respondeu o menino. A anta por sua vez, disse que a raposa não era boa mãe, continuou dizendo que a raposa não iria voltar nunca mais e convidou o menino para ir embora com ela. O menino acreditou nas palavras da anta e foi embora com ela. No dia seguinte a mãe raposa voltou com comida para o menino, mas ele não estava mais lá. A raposa passou a procurar o filho mas nunca mais o encontrou, é por isso que a raposa até hoje anda errante pela serra a procura do menino.



O tempo passou. O menino andava com ma anta perambulando por esta vasta região entre as serras até ficar homem.




Nesse tempo o menino, agora homem feito, casou-se com a anta e logo a anta ficou grávida dele. Assim a anta grávida, e o marido continuava cruzando serras e lavrados. Andaram muito, até chegarem pe4rto de uma tribo de indígena, que na verdade era a aldeia da família do homem
A anta se sentiu cansdada e resolveu repousar, queria dormir um pouco numa sombra. Antes disso pediu ao marido para vigiar se não podia aparecer alguma cobra grande e perigosa. Eis que aparece uma pequena jararaca indo no rumo da anta. A anta acordou atordoada e foi ver a cobra, ao ver a pequena jararaca disse: -Isso pra mim não é uma cobra, não era dessa que eu estava falando. Essa não tem perigo, me serve até de colar. Assim a anta pegou a pequena cobra e colocou no pescoço como se fosse um colar.



Ao saberem da existência da Anta, animados pela bebida, muitos homens se armaram e partiram no rumo da mata, seguindo a orientação que receberam do homem embriagado. Assim, descobriram a anta.


Houve uma grande perseguição, a Anta grávida corria desesperada tentando despistar os caçadores. A perseguição continuou, tocaram a Anta que caiu no igarapé e acabou flechada até a morte.


O homem, marido da Anta, percebeu o que havia acontecido e foi até o igarapé. Lá viu sua esposa morta com o corpo cheio de flechas.


Rapidamente cortou a barriga da anta e dela retirou seu próprio filho, e  este ainda estava vivo.
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O pai então foi lavar o menino nas águas do igarapé e quando começou a lavá-lo, muitos peixes começaram a boiar entontecido, os parentes perceberam que aquele menino tinha alguma coisa especial. O pai e o filho ficaram morando na Aldeia.




Assim , todas as vezes que iam dar banho no menino no igarapé, muitos peixes boiavam tontos e todos pegavam esses peixes e se alimentavam deles. O menino foi crescendo e dessa forma sustentava as famílias com os peixes que entontecia. Um dia alguns pescadores, avistaram um cardume de peixes no fundo de um lago e lá as flechas não chegavam, resolveram então buscar o menino. Trouxeram o menino  e o colocaram na parte mais funda lago, quando ele entrou na água, o lago começou a estrondar e o menino passou a gritar sentindo fortes dores e já estava quase se afogando, peascadores pegaram o menino e viram que uma cobra grande tinha ferido ele a ponto de perecer.
Houve uma grande agônia e todos tentaram reanimar o menino, que não reagia. Outros, porém, investiram na tentativa de matar a cobra grande, mas não conseguiam alcançá-la
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Nisso o menino continuava desfalecido nos braços do pai, que agotra já chorava sem esperança.




Resolveram então pedir ajuda aos passáros e logo tinha passáros de todas as espécies e tamanho em volta do lago, tentando flechar aquele montro que permanecia protegido na parde mais profunda do lago



Foi então que chegou um passáro chamado KUYAWI, pato mergulhão que começou a prepara seu bico que é mais afiada que uma flecha, enquanto os outros continuavam tentando matar a cobra.


O KUYAWI subiu lá no alto e depois mergulhou no fundo das águas e acertou em cheio a cobra grande que se escondia, fazendo ela boiar agonizando de dor.


A Cobra atingida saiu para as margens do lago e tantos os homens, como os passáros flecharam o bicho até a morte. A cobra tinha várias cores em sua pele, e muitos passáros pegaram essas cores para sí. é por isso que muitos passáros tem penas coloridas, por que pegaram as cores dessa cobra.


Assim, por fim, a cobra grande foi morta. Mas o menino não sobreviveu.


Depois de muito choro e tristeza, duas tias do menino colocaram seu corpo dentro do jamaxim e o levaram em váriax malocas e lugares, por que o menino era o pai dos timbós e era ele que sustentava várias famílias com os peixes que matava, por onde o sangue do menino pingava, nasciam tais plantas que cresciam e viravam o TIMBÓ.


As mulheres andaram muito com o corpo do menino, passaram por ondehoje é a fronteira Brasil , Guiana e Venezuela, subindo para a cabeceira do Uraricoera. Lá entregaram o corpo do menino para o pai da mata virgem, que o enterrou na cabeceira do rio para ter serventia futura para os indios, é por isso que tem muito TIMBÓ na cabeceira do rio Uraricoera.





FONTE: Lenda Ilustrada A ORIGEM DOS TIMBÓS, do Artista Indígena Mário Flores Indio Taurepang, essa obra pertence ao Acervo da ELETROBRÁS, obra exposta no Encontro de todos os povos Exposição coletiva dos artistas e Artesões de Roraima em ABril de 2013.

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