havia uma família de indios que moravam no meio da mata geral, um homem, uma mulher e duas crianças, uma de sete anos e a outra de apenas tres anos de idade. a família sobrevivia da caça e pesca e de frutas silvestres coletadas nas matas. um certo dia o homem saiu para pescar ele e seu filho mais velho de sete anos, pegou sua darruana, seu arco e flecha e saiu para pescar em rio que ficava a uns dez quilometros de sua casa, a mulher gicou em casa com seu filho caçula, ela resolveu então ir até um pé de cajuí ajuntar alguns frutos que caíam do pé e levou consigo seu filho ela resolveu então subir lá no alto para balançar o pé, seu filho ficou embaixo esperando por sua mãe, a mulher ficou lá em cima e por alguns instantes distraiu-se e quando desceu teve uma grande surpresa, não encontrou mais seu filho, procurou chamou, gritou mas não conseguiu achar nada ela começoua chorar e se deseperou saiu ao encontro do marido e narrou o que tinha acontecido.
o marido também ficou deseperado e saiu em busca do menino, procurou e varou a noite, mas não conseguiu achar nada. todos os dias ele procurou por seu filho, os meses se passavam e nada de encontrar o menino perdido. um dia um caçador disse ao homem ter visto um grande tatu canastro carregando em cima de seu casco um menino, e mais uma vez o indio saiu a procura de seu filho, mas nunca viu o tal tatu. outro caçador disse ter visto o mesmo tatu canastra com o mesmo menino em cima dele, disse que ele estava peludo no peito as orelhas estavam pontudas e sua unha estava grande.
já se passavam quase seis meses e o indio saiu para caçar fez uma espera e saiu, para sua surpresa ele avistou o tatu canastra com o menino, seu peito era peludo, orelhas pontudas, unhas grandes e um pequeno casco nas costas, mas o seu rosto era de uma criança e provavelmente era seu filho, ele matou o tatu canastra e pegou o pequeno tatu e levou para casa para mostrsr a sua mulher, quando chegou lá tirou de dentro do saco0 o pequeno tatu e mostrou a mulher, mas ele era apenas um filhote de tatu canastra normal, não tinha mais nenhuma semelhança humana e ja estava morto e a mulher não acreditou que aquele era seu filho, o homem então deixou o pequeno tatu perto da mata, a tardezinha voltou no mesmo lugar para ver o que tinha acontecido com o tatu e ele tinha desaparecido, os antigos acreditavam que não podia deixar crianças só em casa principalmente quando estavam na mata que o Tatu canastra carregava as crianças e depois elas se transformavam em tatu.
O GRANDE
MATÁ-MATÁ
Existiu um
Wapichana na Comunidade Canauanim por nome AugustinhoSolon, um certo dia ele
saiu para pescar junto com seu filho Lourival, que na época tinha dez anos de
idade. Eles saíram para pescar em um rio distante da comunidade, o rio tinha
muitos peixes e também muitas caças, quando lá chegaram ele foi até um poço
muito grande e viu muitos peixes enquanto pediu para seu filho fazer o fogo
para assar peixes para o almoço.
Alguns pescadores e caçadores falavam que o rio era mistérioso, pois ninguém
podia lavar prato com resto de comidas, nem lavar caça, e nem tratar peixe em
suas águas que lá morava um bicho que era o pai do rio, quando ele ficava bravo
um estrondo se ouvia dentro do rio e um grande temporal surgia e partia para
cima de quem o desafiasse,
Augustinho chegou no poço e começou a flechar algumas matrinchãs, e depois
resolveu jogar sua tarrafa, deu a primeira laçada e muitos peixes vieram, ele
encheu sua darruana e logo depois deu a segunda laçada, mas sentiu alguma coisa
se mexendo, viu as águas borbulhando e tomou um grande susto quando la naquele
poço surgiu um grande mat;a-matá, ele era muito grande e era do tamanho do
poço. Augustinho ficou muito espantado, pois nunca tinha visto um bicho daquele
tamanho, ele começou a fazer sua oração e o bicho não fez nada com ele.
Um paje bateu folha um dia e disse que o grande mata-mata era mesmo o pai do
rio, mas ele o expulsou de la e o bicho cavou um tunel por baixo da terra e foi
morar la no lago do cariri la para o lado da colônia São Francisco, ninguém
nunca conseguiu mais ver esse bicho e por isso esse rio ficou conhecido como
mata-mata e muitos mata-matas pequenos surgiram por la.
A ILHA DA
COBRA GRANDE
Existia um
lago lá para o rumo do Bonfim que no meio dela tinha uma pequena ilha, esse
lago era misterioso, pois quando era de manhãzinha a ilha amanhecia na beira do
lago, meio dia estava no meio e a tardezinha ela estava lá do outro lado. As
vezes a ilha desaparecia por completo, aquilo intrigava as pessoas que moravam
próximo ao lago, quem morava lá por perto era seu Dionizio Cadete e sua esposa
dona Anizia Pereira que tinha um sitio naquela região, eles diziam que aquele
lago tinha muito peixe em abundância e nunca secava, os antigos diziam que lá
morava uma cobra grande que era o pai do lago e que algumas vezes ja teria
sumido alguns pescadores lá, mas nunca ninguém tinha visto a tal cobra.
Um certo dia dona Anizia foi lavar
roupa nesse dito lago e levou consigo seu filho de cinco anos de idade, ela estava
em seu período de menstruação e mesmo assim foi até o lago, nesse dia deu um
roda moinho que começou do meio do lago e veio vindo em direção a dona anizia e
seu filho, ela ficou bastante assustada e foi embora para sua casa. Ao chegar
lá seu filho começou a se enrolar todo e ficou revirando os olhos, ele ficou a
noite toda dessa maneira e seu pai pegou seu cavalo e foi até a maloca do
jabuti atrás de um pajé que lá existia. Quando chegou lá pajé bateu folha e viu
em sua vidência que o pai do lago tinha pegado a alma de seu filho, ele disse
que era uma cobra grande que estava engolindo ele aos pouco e que quando
terminasse de engoli-lo a criança morreria, ele disse que não podia mais fazer
nada, pois a cobra já estava terminando de engolir o menino se tivessem ido
mais rápido talvez poderia ter salvado. O pajé disse a mulher que ela tinha
sido a culpada pelo o acontecido, pois ela teria ido para o lago menstruada e
isso deixou o bicho com raiva, a mulher chorou muito mas não havia mais nada a
ser feito.
PAJÉ JOAQUIM BONITIM PAJÉ WAPICHANA
Joaquim bonitinho foi um grande pajé
wapichana, foi ele quem contou essa história para minha avó Julia solon. Ele
era rapaz novo e se casou com uma jovem wapichana, ele era muito apaixonado por
ela, porémum certo dia ela morreu
misteriosamente sem explicação, pois não estava doente e isso foi oque mais
intrigou ele, ele acha que algum bicho malinou dela e nessa época existia
muitos canaimés. Joaquim se
desesperou e desejou que a morte o levasse tambémdecidiu que iria morrer
vagando no meio da mata, no alto da serra, ele saiu sem destino e sua sina
seria morrer de fome e sede, andou, andou muito no meio de uma serra, queria
que alguma onça o comece sua vida não tinha mais sentido algum.
Passaram-se
cinco dias e Joaquin bonitin continuou sua caminhada na mata já estava muito
fraco e ainda não tinha comido e nem bebido nem se quer uma gota d’água ele
então desmaiou na beira de uma grota de onde jorrava bastante água que caía da
serra. Naquela hora ele sentiu que tinha chegado sua hora, a morte o esperava
sua vista aos poucos ia escurecendo, mas antes de seus olhos se fecharem viu
uma pessoa saindo de dentro da água por detrás das quedas d’água, era um homem
baixo e barbudo se aproximou dele e ficou observando por alguns minutos, falou
algo em palavras que ele não entendeu, o homem pegou uma folha e espremeu um
liquído em sua boca ele então apagou de vez. Joaquim acordou no outro dia
dentro de uma caverna entre duas pedras grande e pensou que já tinha morrido,
mas seu espanto foi grande quando ouviu uma voz vinda de dentro lhe dizendo que
ele tinha uma grande missão, pois se ele suportasse seria um grande pajé, caso
contrário se fosse fraco com certeza morreria. A voz que falava com ele era de
um grande pajé que já tinha morrido que se chamava Zé poeira, o espiríto lhe
dizia que estava precisando de uma matéria para incorporar e ajudar outras
pessoas que precisavam de ajuda e ele seria um grande pajé se suportasse as
provas qe teria que passar.
A primeira missão de Joaquim bonitin
foi matar um beija flor o menor passarinho da mata, aquela seria sua
alimentação durante uma semana, ele assim o fez conseguiu matar o beija flor
usando uma zarabatana feita de taboca com espinho de jauarí, ele muquinhou o
beija flor e comeu uma de suas asas, aquilo lhe deu muita força e foi como se
ele tivesse comido o quarto de um boi. A outra missão de Joaquim foi encontrar
na mata as cascas dos paus mais amargos fazer um chá e depois toma-los e
vomitar nas cachoeiras para tirar todas as impurezas do seu corpo, ele procurou
e fez como devia e quase que vomita seu intestino fora, nesse dia ele ficou
muito fraco e teve visões além do alcance, viu muitas almas vagando por todo
lado, viu a alma dos pajés que não conseguiram subir para o céu suas almas
estavam atormentadas e vagavam sem rumo, viu os bichos da mata, matinta
pereira, mãe do campo, mapinguarí, e muitos canaimés. Tudo aquilo fazia parte
daquele ritual de pajelança, ele ainda teria que lutar com alguns espirítos
maus derrota-los e chamar seus xerimbabos os espirítos que seriam seus guias.
Joaquim bonitin ficou mais ou menos
seis meses morando na serra, conhecendo as plantas que usaria como remédio para
curar as pessoas ele sempre tinha a orientação de seu guia que o salvou da
morte, nunca o viu pessoalmente só em sonhos, mas podia ouvir sua voz. Quando
estava preparado saiu da mata e foi curar quem precisasse dele, o pajé
inicialmente começou a curar apenas crianças,ele foi um dos grandes pajés que
existiu em Roraima sabia fazer remédio pra mulher engravidar e parar de ter
filhos desfazia feitiço e matava outros feiticeiros, sabia se cercar para
ninguém vê-lo, amarrava espirítos de cobra e outros bichos que morava em lagos
e igarapés, matava canaimé e arrancava seus tajãs, ele foi muito perseguido por
canaimé e feiticeiros que tentavam a todo custo tirar sua vida. Ele batia folha
com peão roxo, sua sessão era semprecom a luz apagada, muitas pessoas vinham de
vários lugares atrás da cura para vários tipos de doenças, alguns de seus guias
eram os espirítos de alguns pajés entre ele pajé Aleixo fundador da comunidade
serra da moça, Zezinho torto que tratava somente de crianças, caboco rôxo que
lutava com pessoas com encostoe Zé poeira . Joaquim dizia que só quem podia com
ele só Deus, falava para todo mundo que não iria morrer e que ia virar cobra
grande e morar num grande lago, alguns antigos queo conheciam disseram que ele
desapareceu misteriosamente e nunca souberam se de fato ele morreu mesmo ou
cumpriu com sua palavra e virou cobra grande.
TAMAXI O CANAIMÉ DA MALOCA JACAMIM
Nos contaram os antigos que existiu um
homem que morava na maloca do Jacamim, região serra da lua, município de
Bonfim, fronteira com a Guiana Inglesa. Seu nome era Tamaxi descendente dos
wapixana da Guiana. Desde de sua chegada na maloca as pessoas começaram a
morrer misteriosamente, principalmente crianças. Aquele homem era estranho
aparentava ter uns quarenta e poucos anos, não tinha família e morava sozinho,
não se misturava com as pessoas da comunidade, mas era trabalhador e colocava
grande quantidade de roça, ao dia estava sempre com cara de sono parecia que
vivia a noite acordado.
Com o passar do tempo as pessoas começaram a morrer quase que diariamente e
sempre do mesmo jeito, febre alta e delírio morte típica de canaimé, e a
notícia veio da Guiana que Tamaxi era Canaimé dos mais perigosos, e por lá já
havia matado centenas de parentes e sua vida era de fugitivo, pois lá todos
sabiam que ele era Canaimé.
Um certo dia ele atacou uma moça filha do Tuxaua e naquele dia a revolta foi
grande as pessoas se armaram com flechas, espingardas e terçados e foram ao
encontro de Tamaxi, e o encontraram trabalhando em sua roça, perguntaram a ele
se ele era Canaimé, e ele respondeu que não, os parentes então o amarraram e
começaram a espancá-lo para que ele confessasse a verdade, mas ele continuava a
negar, os parentes fizeram então uma grande fogueira e disseram que iriam
jogá-lo Vivo dentro dela, e ele começou a confessar que era mesmo Canaimé. Os
parentes pediram para que ele mostrasse onde estavam suas plantas TAJÀ que ele
possuía e mandaram que ele próprio arrancasse e jogasse no fogo, a tortura
continuou até que ele confessasse quantas pessoas ele tinha matado dentro da
maloca, e ele confessou um a um, inclusive a filha do Tuxaua, os parentes dela
revoltados e furiosos cortaram os pés de Tamaxi e jogaram no fogo, depois as
pernas, as mãos, os braços, os troncos e por último a cabeça.
Quem confirmou essa história foi o Senhor Oswaldo que morava no Jacamim na
época do acontecido ele confirmou que também participou do assassinato do
Canaimé conhecido por Tamaxi, segundo ele eles fizeram isso para que outras
pessoas não morressem, depois de algum tempo nasceram muitos tajás no lugar
onde Tamaxi foi queimado vivo.