Arquivo do blog

quarta-feira, 15 de junho de 2016

UM WAPIXANA INAUGUROU A PONTE DOS MACUXIS Constantino Viana Pereira – da Comunidade indígena da Malacacheta

Na manhã do dia 29/08/1975, o então Presidente da República, General Ernesto Geisel, acompanhado pelo o Governador do Território Federal de Roraima, o coronel Fernando Ramos Pereira, e outras autoridades que acompanhavam sua comitiva, inaugurou a “Ponte dos Macuxis”, até então a maior ponte em sistema de aço já construída na América do Sul. Era uma sexta-feira, e muita gente se aglomerou no vão da Ponte para assistir a inauguração daquela que se tornaria o elo de ligação entre Boa Vista e às regiões do Cantá, Normandia, Bonfim e Lethem (na Guiana inglesa). As autoridade de Boa Vista, vereadores e empresários comerciantes, além do Bispo, foram convidadas para este importante evento.
Mas, faltava o personagem que justificaria o nome: um índio. Na ocasião, se fazia presente o índio Constantino Viana Pereira – Tuxaua da Maloca da Malacacheta, situada no hoje Município de Cantá. E, foi ele, um autêntico Wapixana, que, junto ao Presidente Geisel, descerrou a fita de inauguração da Ponte dos Macuxis. Assim afirmou a filha do índio Constantino, a senhora Maria Nilda Viana Pereira (residente à Rua Alcides Lima, no Bairro Caimbé).


Após o descerramento da Fita de inauguração, o Governador Fernando Ramos Pereira, proferiu o seguinte discurso de agradecimento: “Excelentíssimo Senhor Presidente da República, General de Exército, Ernesto Geisel: A visita de Vossa Excelência ao Território Federal de Roraima, alcança neste momento o seu objetivo principal – presidir a inauguração da Ponte dos Macuxis sobre o rio Branco. Esta ponte foi iniciada por uma administração (do antecessor o coronel Hélio da Costa Campos) e concluída por esta (coronel Fernando Ramos Pereira), que lhe seguiu com pertinácia e espírito de grandeza por dois governadores revolucionários. Esta Ponte tem 1.200 metros de extensão, localizada no KM-2 da BR-401, e trata-se da maior Ponte em sistema de aço já construída na América do Sul.”
A Ponte dos Macuxis atravessa o rio Branco em direção sudeste e sua principal função é integrar o Brasil, através de Boa Vista, Roraima, com o país vizinho, a República Cooperativista da Guiana (ex-Guiana Inglesa). O nome: “Ponte dos Macuxis” é uma referência à etnia Macuxi, considerada a de maior números de pessoas em Roraima.
Independente de que nome faça referência, é uma homenagem a todos os povos indígenas que habitam Roraima, desde quando esta terra era apenas o vale do rio Branco.
O personagem central desta reportagem de hoje, o índio Constantino Viana Pereira, nasceu no dia 20/01/1910 na maloca da Malacacheta, filho do casal indígena Serafim e Elisa. E, por sua liderança junto à comunidade, foi escolhido para ser o Tuxaua, o chefe da tribo, função esta que ocupou por mais de 10 anos.
Constantino era casado com a senhora Celina Mota Pereira, filha de índia wapixana com um branco cearense. O casal teve os filhos: Julião Viana (foi vereador no Bonfim), Justino Viana, Maria Nilda Viana, Felix Viana, Hudson Viana e Jonas Viana.
Constantino comprou, juntamente com mais 10 pessoas moradoras na maloca da Malacheta, uma Fazenda situada dentro da área da comunidade e que pertencia à senhora Santinha, viúva de Sizenando Diniz (filho do lendário Sebastião Diniz, fazendeiro e o responsável pela contratação de uma equipe de homens que fizeram a primeira picada na selva, ligando Manaus a Boa Vista).
Mas, por incrível que pareça, mesmo sendo indígena, numa terra indígena, a Fundação Nacional do Índio – FUNAI-, o desapropriou, juntamente com todos os demais moradores da fazenda em 1975, com a alegação de que era uma propriedade intrusa na terra indígena, já que antes pertencera a um fazendeiro (no caso, o senhor Sizenando Diniz). Constantino até que lutou na Justiça para rever a propriedade ou, no mínimo, ser indenizado, mas foi em vão. Chegou a dizer, inclusive, que doou as pedras de sua terra, na maloca da Malacacheta, para fazer o calçamento e a pista do Parque Anauá. Mas, foi em vão e ele teve sair da fazenda.
Constantino deixou as terras que antes o vira nascer e veio para Boa Vista, onde passou a morar com a família numa casa no Bairro Rói-Couro (hoje o Bairro São Pedro).

Constantino Viana Pereira, índio wapixana, da Maloca da Malacacheta, faleceu no dia 23/02/1999. E, a sua esposa Celina Mota Pereira, no dia 14/02/2002.










FONTE:www.folhabv.com.br/coluna minha rua fala

Por Francisco Cândido

CONSTATINO VIANA O WAPIXANA QUE INAUGUROU A PONTE DOS MACUXIS


CRISTINO WAPIXANA MUSICA NA LÍNGUA MATERNA WAPIXANA DE RORAIMA


BELEZA SELVAGEM, WAPIXANAS


Musica mulher cruvia de Ivo Solon


quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O HOMEM, A CUTIA E A SAPA(Literatura Indígena)







Todos os dias um Homem ía olhar sua roça, mas quando chegava lá a Cutia já tinha comido a mandioca e isso se repetia todos os dias, ele com raiva reclamava: - Porque  essa cutia não se transforma em mulher para fazer farinha e beijú para mim. A cutia estava ali perto, ouvindo tudo e logo se transformou em uma linda mulher e tinha uma bunda grande, apareceu no meio da roça e disse para o homem: - Oi. O homem tomou um susto e perguntou. – quem é você? E ela respondeu:
-Sou a cutia e ouvir o que você falou. O homem levou-a para sua casa e começaram a morar juntos, quando ela ia fazer farinha ou beijú arrancava apenas um pé de maniva, já era o suficiente para ela encher os cochos, e depois de trabalhar o dia todo, no final do dia costumava tomar banho juntos. O homem era trabalhador e costumava sair todos os dias e deixava sua esposa cutia em casa, a sapa invejosa vendo que tudo que a cutia fazia, acabou matando ela e depois se transformou nela e assumiu o lugar dela, era idêntica, a única diferença era que a sapa não tinha bunda como o da cutia que era grande, e quando ela ia arrancar mandioca, tinha que arrancar muito para poder encher o cocho e na hora do banho ela arranjava desculpa para não banhar com ele, sentia vergonha, pois não tinha bunda igual da cutia.
            Os dias se passaram e o homem ficou desconfiado, descobriu que a sapa tinha matado sua esposa, e assumido o lugar da cutia, e ele para não vê-la mais, mandou a esposa falsa ir embora para nunca maisl voltar.



TERRITÓRIO WAPIXANA EM RORAIMA E GUIANA INGLESA

João Paulo Jeannine Andrade Carneiro








A Morada dos Wapixana
Atlas Toponímico da Região Indígena da Serra da Lua – RR



domingo, 17 de janeiro de 2016